Correr é uma atividade com alto gasto de energia e uma boa opção para quem quer perder gordura, garante a nutricionista Andrea Matarazzo Carraro, de São Paulo. Mas, é preciso atenção à alimentação, pois ela é a base para emagrecer com saúde. “Uma dieta com menos calorias ingeridas do que gastas é o ideal para perder peso. Porém, as muito restritivas ou com pouco carboidrato podem promover perda de massa muscular, comprometer o rendimento, possibilitar surgimento de lesões e o aumento na produção de radicais livres”, explica.
O treinador Emerson Bisan, da Nova Equipe Assessoria Esportiva, de São Paulo, comenta que um erro comum é utilizar regimes genéricos e imediatistas para secar muito rápido. “O jejum prolongado e a abstinência de carboidratos podem causar efeito contrário. O sistema nervoso recebe o alerta de falta de energia e o organismo começa a trabalhar de forma econômica, guardando todas as reservas – no caso, as gorduras – para que sejam utilizadas quando necessário. O metabolismo fica lento”, comenta.
Uma dieta saudável, com alimentação antes, durante e depois da atividade física é um dos fatores responsáveis pelo emagrecimento, melhora da performance e recuperação muscular. É preciso estar atento ao que comer e dar preferência a fontes de carboidrato com baixo índice glicêmico, além de ingerir alimentos de 30 a 60 minutos antes do exercício. “Assim o organismo terá uma fonte de energia para suprir a demanda aumentada durante o treino”, diz a nutricionista.
- Alimentos de alto índice glicêmico (> 85)
- Alimentos de moderado índice glicêmico (60-85)
- Alimentos de baixo índice glicêmico (< 60)
ALIMENTO | IG | ALIMENTO | IG |
---|---|---|---|
Bolos | 87 | Cuscus | 93 |
Biscoitos | 90 | Milho | 98 |
Crackers | 99 | Arroz branco | 81 |
Pão branco | 101 | Arroz integral | 79 |
Sorvete | 84 | Arroz parboilizado | 68 |
Leite integral | 39 | Tapioca | 115 |
Leite desnatado | 46 | Feijão cozido | 69 |
Iogurte com sacarose | 48 | Feijão manteiga | 44 |
Iogurte sem sacarose | 27 | Lentilhas | 38 |
All Bran | 60 | Ervilhas | 68 |
Corn Flakes | 119 | Feijão de soja | 23 |
Musli | 80 | Spaguete | 59 |
Aveia | 78 | Batata cozida | 121 |
Mingau de aveia | 87 | Batata frita | 107 |
Trigo cozido | 105 | Batata doce | 77 |
Farinha de trigo | 99 | Inhame | 73 |
Maçã | 52 | Chocolate | 84 |
Suco de maçã | 58 | Pipoca | 79 |
Damasco seco | 44 | Amendoim | 21 |
Banana | 83 | Sopa de feijão | 84 |
Kiwi | 75 | Sopa de tomate | 54 |
Manga | 80 | Mel | 104 |
Laranja | 62 | Frutose | 32 |
Suco de laranja | 74 | Glicose | 138 |
Pêssego enlatado | 67 | Sacarose | 87 |
Pêra | 54 | Lactose | 65 |
Ao longo do dia, a alimentação deve ser feita com regularidade, com refeições principais, lanches nos intervalos e não esquecer de ingerir água. Treinar com fome é sinal de falta de nutrientes, o que muitas vezes não se trata de falta de comida. “É sinal de que se está sem energia ou com energia inadequada. Aí os músculos serão utilizados, ao invés da perda de gordura e emagrecimento”, reforça Bisan. Além disso, treinar sem se alimentar adequadamente pode causar dor de cabeça, enjoo, tontura e até desmaios.
Uma dieta com alimentos energéticos na medida certa gera perda de gordura sem que a performance seja afetada e ainda auxilia na recuperação adequada após o treinamento.