Hipertrofia x Corrida – O dilema de correr e ficar sarado sem emagrecer

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Momento importante da vida do jovem brasileiro: a chegada do verão se aproxima. Com ele, corpos à mostra, bronzeados em dia, corridas cada vez mais animadas e cheias de gente bonita. Por conta desses fatores, muitos corredores não querem ficar magrinhos e apelam para a academia para manter os músculos. Como sempre, uns exageram. Outros encontram o equilíbrio através do esporte.

Para o carioca Gustavo Direito, estudante de direito de 23 anos, fazer musculação faz parte da vida. Começou a malhar aos 15 anos, por pura estética, e acabou se viciando.

– Eu era fissurado. Ninguém nunca está satisfeito com seu corpo dentro de uma academia.

Gustavo corre há mais de um ano. Na época, pesava 105kg com 1,87m, o que atrapalhava muito na hora de correr. Desde então, perdeu 11kg. Por conta da paixão pelo esporte, diminuiu um pouco o foco da hipertrofia, embora ainda seja adepto da malhação, pois gosta de ser forte e não quer secar demais.

– Não consigo mais ficar enclausurado dentro de academia. Corro na rua, ao ar livre. É outra sensação. Agora não malho mais seis vezes por semana. Quatro vezes está bom demais.

Bruno Acioli tem tendência a ser magro. Com 1,77m e 69kg, o corredor, de 24 anos, acredita ser fundamental conciliar corrida e musculação para não ficar magro demais.

– Tanto corrida quanto musculação fazem bem ao corpo e à mente. Musculação, pelo lado estético. Corrida, pelo lado psico-fisiológico. A chave do sucesso para quem não quer emagrecer é a suplementação depois do treino. Se você não repõe direito, o organismo busca energia do músculo, daí você perde massa magra.

Dicas da especialista

A nutricionista esportiva e triatleta Yana Glaser concorda com Bruno.

– Quanto antes o atleta fizer a alimentação pós-treino, antes ele vai parar de usar o glicogênio muscular – afirmou a nutricionista, se referindo à fonte emergencial de energia da fibra muscular.

Yana alerta que, para quem quer ganhar massa magra, a reposição bem feita deve acontecer de 20 a 30 minutos após o exercício, através de um carboidrato de alto índice glicêmico e uma proteína, como um copo de leite desnatado com achocolatado, leite de soja com fruta e mel ou ainda uma fatia de pão branco com queijo branco e peito de peru.

O processo de aumento da massa magra se dá a partir do estoque de glicogênio, que deve estar cheio. O corpo só começa a consumir a gordura após ter usado o glicogênio muscular, daí a importância da suplementação. Nunca se deve treinar com mais de duas horas de jejum. A nutricionista lembra que não adianta consumir proteína pura, pois o corpo também precisa do carboidrato.

– Sou super a favor de suplemento na hipertrofia, mas se não for um atleta de alta performance, apenas a alimentação adequada basta. Existe um uso descontrolado de suplemento nas academias, o atleta não pode tomar sem ter um acompanhamento específico de um profissional.

Para quem visa emagrecer, a dica é ficar uma hora após o treino sem comer nada. Depois disso, consumir um carboidrato complexo de baixa absorção com uma fonte de proteína, por exemplo, uma fatia de pão integral com queijo branco e blanquet de peru, ou um copo de leite desnatado batido com fruta.

– Nesses casos, a musculação também é indicada para aumentar a taxa metabólica basal, que é o mínimo de energia necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso.

Hipertrofia nunca mais

Brasiliente, estudante de direito, Bruno Menezes (23), ficou dos 14 aos 18 anos só pensando em ficar forte. Qualquer atividade aeróbica que pudesse fazê-lo emagrecer ou secar, ele não praticava. Malhar era seu único foco. Por problemas pessoais e emocionais, começou a praticar esportes, aliando corrida ou natação à academia. E a vida deu uma reviravolta.

– Eu passei a pensar nos problemas de forma mais saudável. Sabe quando você fica se sentindo extremamente bem consigo mesmo? Pois é – disse o corredor.

Na época, Bruno tinha 92kg distribuídos em seus 1,88m, e se sentia pesado para correr. Hoje, com 9kg a menos por conta dos treinos para os triatlons, que pratica há três anos, o atleta admite.

– Antigamente eu estaria me achando um frango com esse peso.

Se antes Bruno malhava apenas por estética, hoje ele mantém os treinos para fortalecimento muscular, com a consciência de que é muito mais feliz do que era quando só pensava em malhar.

– O esporte te proporciona superação a cada dia. E com isso, uma maior felicidade e bem estar. Na maioria das competições que eu participo, fico superfeliz com o resultado, mas vejo meus pontos fracos e procuro melhorar. Independente disso, estou em paz. Só pensando em estética, quando você vai estar satisfeito, feliz, realizado? Nunca! O esporte traz uma realização que apenas a academia não vai trazer de forma alguma.

Orgulhoso, Bruno Menezes faz questão de enfatizar a melhora que o esporte conferiu a sua vida.

– Fiquei mais espontâneo, com uma autoestima maior, procuro ter mais contato com a natureza, sou bem resolvido hoje. Até o poder de conquista aumentou, pois acabo atraindo mais mulheres bacanas, que gostam de viver uma vida parecida comigo. Enfim, melhorou tudo: saúde, emocional, pessoal e profissional.

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Sobre

Guarulhense, desenvolvedor de softwares e soluções web, apaixonado por corridas, fotografia, viagens e muito rock.

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